O SILÊNCIO, O MEU SILÊNCIO
O silêncio é se não a maior das atitudes humanas, o melhor de todos os zelos que se pode credibilizar a si mesmo. É pois, um texto longo e desumano, de uma dissonância a todo ruído exterior. Logra da pouca espontaneidade de um ato sublime de um ser, no interpolar e no compor de uma bela música.
Torna-se-á eterno se eximir das palavras ditas por sons do que aos quais faz-se escrever. Alcançaria, pois muito mais as atenções do escutar e do entender, e seria um texto menos prolixo. Produzindo sinfonias raras e belíssimas na ausência de todo e qualquer som.
Mas, aliar o silêncio ao não ouvir, seria pois, um ato de extrema ausência e singularidade. Não tocar em nada, não se mexer, se eximir, eis a fórmula dos passageiros e frutos de toda esta longíqua superfície até então.Credibilizar a forma as coisas, imprimindo a cada uma o toque de complexidade, lhes dando a cadência da sublimidade na lei de sua composição, mas acima de tudo torná-la una, desfragmentável.
E ao dizer palavra, se exprimir numa voz harmoniosa com contornos precisos e lineares, e ao mesmo tempo não se atrelar a constaneidade.
Pouco harmonioso e plausível torna-se-iam as ações se redigissem os mesmos contornos, se estivesse presente nos mesmos caminhos e tocassem as mesmas músicas. Pois, algo de vez em quando, em um determinado lugar necessita elevar-se para o mais alto e tecer novos caráteres, sem muitas vezes se deixar abater por recusas de alguém. E com ausência de ruídos, sem rogar a atenção no instante em que se produz esse algo.
Mas, é necessário que se diga que as grandes coisas são aquelas inalcansáveis aos normais, são pois, as mais dolorosas, e as que exigem um extremo silêncio e astúcia. E grande é ainda mais uma idéia, um ato que muitos chamariam de loucura, quando tal idéia não se reverbera nas mentes da multidão. Criam-se falácias, ódios, olhares duvidosos e críticas.
Seria, pois necessário muita indiferença mesmo diante de condições tão aversas e corrosivas mas, acima de tudo ser forte para defender tal idéia, sem ouvir os gritos, sem deixar se abater pelos olhares furiosos, e saber que o silêncio é o melhor de todos os amigos ao compor uma bela música na ausência de um único som...
EDVAN